domingo, 23 de dezembro de 2012

Jantar Novembro 2012



Novembro tem 30 dias, parece curto, mas em 2012 expirou numa sexta-feira, pelo que tivemos que aguardar até ao penúltimo dia para nos podermos reunir em novo repasto. Uma noite molhada de Outono, que convidava a um serão no sofá, não demoveu os participantes, 10 entusiastas da bela comida do Fusão e dos contributos vínicos de cada um.
O jantar decorreu num ambiente quase intimista, o que proporcionou algumas reflexões e conversas sobre o próprio clube, como os elementos o sentem e caminhos a seguir. Tudo acompanhado por bons vinhos, claro.
O arranque foi com os habituais espumantes, com a região dos vinhos verdes a contribuir com o primeiro, Côto de Mamoelas, a mostrar-se bem fresco e fino; da Bairrada veio o Kompassus Blanc de Noirs, versão 2009, cujo antecessor passou por cá no jantar de Fevereiro de 2011. Muito bom.
A simpatia da Quinta de Santa Cristina, que nos enviou o portfolio para prova, continuou neste jantar. Tivemos oportunidade de provar um rosé bem guloso, equilibrado pela boa frescura da região, e um branco bem equilibrado e fresco, como esta região nos sabe dar. O capítulo brancos continuou com a surpresa da noite, já que tivemos um Chardonnay dos Açores, inesperado para todos os presentes. Mas a casta branca de eleição de Borgonha ou Chablis não se ficou por aqui, porque para os lados de Baião associa-se ao Avesso e o resultado chama-se Espinhosos, um belo branco da região dos vinhos verdes. Mais perto de Beja, juntou-se ao Arinto e Viognier, repousaram em barricas e originaram o Malhadinha, mais ambicioso e exuberante. O fecho foi com chave de ouro, já que o Curtimenta 2011 trouxe à mesa a excelência de um enorme Alvarinho.
Seguiram-se o tintos, com o Douro a fazer o pleno nos 3 provados. Início com Quinta da Silveira, que no Vale da Vilariça fez um vinho mais focado na elegância do que na concentração; seguiu-se o carácter e a qualidade das vinhas velhas da Quinta dos Frades com o seu Vinha dos Deuses e fechámos com o topo de gama tinto do projecto de Carla Ferreira, Conceito, que contribuiu com mais um momento de excelência no jantar.
Para sobremesa tivemos um Vintage da Quinta do Monte Bravo, que se revelou complexo, misterioso e ainda com capacidade para muitos anos de garrafa.
No final de Dezembro voltaremos para o já tradicional jantar de espumantes, afinal a época é festiva.

Ficam as impressões dos vinhos provados por um painel de 10 elementos (prova cega):

Entrada

Côto de Mamoelas: Cor citrina, aroma frutado e vegetal. Fresco, suave e equilibrado na boca, segue o perfil do nariz até ao final médio. Fresco e muito agradável.
Kompassus Blanc de Noirs: Cor com ligeiro rosado, aroma complexo, balsâmico e frutado. Mousse delicada, fresco e equlibrado na boca, termina médio. Espumante muito bom.


 Quinta Santa Cristina rosé: Cor rosa pálido, nariz com frutos vermelhos. Na boca, apresenta corpo bem constituído para o género e mais frutos docinhos, suportados por boa frescura. Final médio. Um vinho agradável, indicado para os mais gulosos.


Brancos

Quinta Santa Cristina: cor amarelo citrino, frutado no aroma. Bem fresco, corpo médio e equilibrado, acompanha o que mostrou no nariz e termina médio. Um bom vinho, muito agradável.

Quinta Jardinete: cor amarelo palha, aroma essencialmente frutado, com algum vegetal. Corpo médio, suave e fresco na boca, mostra bom equilibrio. Final médio, para uma boa apreciação global.

Espinhosos: cor amarelo palha, aroma frutado, floral e algum mineral. Corpo suave com algum volume e fresco, mostra um equilíbrio muito bom. Final médio, para um vinho muito bom.

Malhadinha: cor amarelo palha, nariz complexo, frutado, balsâmico e com nuances do estágio em madeira. Encorpado e quase cremoso, apresenta-se fresco e equilibrado. Final longo, um vinho à porta da excelência.

Curtimenta: cor amarelo palha, nariz intenso, frutado, floral e mineral. Encorpado, mostra uma belíssima acidez vibrante e um óptimo equilíbrio. Final longo e muito persistente, um alvarinho de topo.


Tintos

Quinta da Silveira: cor rubi, aroma frutado e floral. Suave, equilibrado e com taninos redondos, termina médio, com o perfil do nariz. Um Douro elegante, muito bom

Vinha dos Deuses: Cor rubi, nariz frutado, especiado e com notas do estágio em madeira. Corpo médio, fresco, equilibrado e com taninos redondos, acompanha o perfil do nariz até ao final longo. Muito bom, boa opção para o preço.


Conceito: Cor rubi, nariz complexo, frutado, floral, alguma especiaria e notas de madeira. Encorpado, fresco, com taninos redondos e bem envolvidos. Equilibrado, temina longo e sedutor. A excelência do princípio ao fim.


Sobremesa

Quinta do Monte Bravo: cor rubi com sinais de evolução, aroma complexo ainda com alguma fruta. Encorpado, fresco, com taninos redondos, mas ainda presentes, termina muito bem. Um Vintage enigmático, para apreciadores de degustações quebra-cabeças.

 


Nome Vinho
Ano
Tipo
Castas
Região
Produtor
Preço Prateleira
Class.
Côto de Momelas2009EspumanteAlvarinhoVinhos VerdesProvam12,00 €15,5
Kompassus Blanc de Noirs2009EspumanteBaga, Touriga Nacional, ArintoBairradaKompassus Vinhos, Lda14,00 €16,5
Quinta Sta. Cristina2011RoséVinhos VerdesGarantia das Quintas3,50 €14
Quinta Sta. Cristina2011BrancoVinhos VerdesGarantia das Quintas5,00 €14,5
Quinta Jardinete2011BrancoChardonnayRegional AçoresKristina Topic Rebelo17,00 €16
Espinhosos2011BrancoAvesso, ChardonnayRegional MinhoA&D Investimentos6,80 €16,5
Malhadinha2010BrancoArinto, Viognier, ChardonnayRegional AlentejanoHerdade Malhadinha Nova18,00 €17
Curtimenta2011BrancoAlvarinhoVinhos VerdesAnselmo Mendes Vinhos, Lda22,00 €17,5
Quinta da Silveira Reserva2008TintoTouriga Nacional, Touriga Franca, Tinta RorizDouroSoc. Agrícola Vale da Vilariça8,00 €16
Vinha dos Deuses2008TintoVinhas velhasDouroFracastel Comércio Vinhos15,00 €16,5
Conceito2007TintoDouroVitivinícola Carla Ferreira, Unipessoal27,50 €17,5
Quinta do Monte Bravo Vintage2000Vinho do PortoVinho do PortoFrancisco José Márcio Rodrigues45,00 €17

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