Novo mês, novo jantar do 4 HM. Um jantar cheio de emoções fortes, diversificadas e até contraditórias.
O período de organização decorreu sob um estado de espírito de enorme satisfação, com a perspectiva de termos 2 convidados marcantes, apenas ensombrado por algumas ausências de membros do clube, que, assim, iriam perder um dos momentos mais altos desde a criação do mesmo. E assim foi até dia 29.
Dia 30 começa com a informação da ausência forçada, por motivos profissionais, de um dos convidados (Eng. Anselmo Mendes), citando alguém: “o chamado murro no estômago”. Ao longo do dia acontecem mais algumas desistências e chegámos ao Fusão Restaurante Lounge com o panorama num nível médio, mas, ainda assim, com expectativas de um evento melhor do que o habitual. Mas as coisas não ficariam assim, em cima da hora temos a desistência do 2º convidado e de mais 2 membros – o jantar seria com 8 participantes. Aqui a frustração teve o seu momento, mas foi breve. Provou-se o espumante e logo nos concentrámos nos aspectos positivos: o Eng. Anselmo Mendes teve a delicadeza de nos fazer chegar os vinhos que pretendia trazer e a qualidade das provas estava garantida; por outro lado, o número mais reduzido de participantes iria permitir uma degustação mais pausada, logo, com maior usufruto dos néctares.
A partir daqui é fácil: os vinhos fizeram a noite. Um espumante de nível elevado, os brancos entre a surpresa de um vinho abaixo de €2,00 e um alvarinho de topo, a melhor noite de tintos da história do clube (um deles de excelência) e grandes vinhos de sobremesa. Muito bom. Uma palavra de agradecimento ao Eng. Anselmo Mendes que contribuiu com 50% dos vinhos que constituíram a melhor noite de tintos.
Depois da história revelada, que até acabou bem - embora se esperasse o óptimo – cá ficam as impressões sobre os vinhos (prova cega):
Espumante:
Encontro – Cor citrina, aroma frutado, flora e mineral, boa mousse, fresco e equilibrado. Final médio, mesmo perfil do nariz, num espumante muito bom.
Brancos:
Uvas Douradas – Cor esverdeada, nariz vegetal, floral e balsâmico. Na boca é suave, fresco e equilibrado. Termina médio, para um vinho agradável. Destacou-se pela relação qualidade/preço;
Muros de Melgaço – Cor amarela, com notas vegetais, florais, frutadas e de madeira no nariz. Com belo corpo crocante e equilibrado, destaca-se ainda pela sua belíssima acidez vibrante. Final longo, com uma opinião global de muito, muito bom.
Tintos:
Beaujolais Noveau – Cor rubi de intensidade média, aromas de frutos vermelhos bem docinhos (em rebuçado). Suave na boca, com taninos bem finos e redondos, apresenta um perfil fresco e equilibrado. O final é um pouco curto, mas a apreciação global é de uma bebida agradável;
Quinta do Perdigão – Cor rubi bem intenso, aroma complexo, com frutos vermelhos, floral, madeira e balsâmico. Taninos ainda pujantes, num vinho encorpado e com boa acidez, embora um pouco alcoólico. O final é longo, segue o perfil do nariz, numa apreciação global de muito bom.
Vinha dos Deuses – Cor violácea, nariz complexo com frutos vermelhos, floral e notas de madeira bem casada. Vinho encorpado, equilibrado e fresco, com taninos ainda com ligeira adstringência (sem comprometer a suavidade). Termina longo, muito bom.
Quinta dos Frades – Cor rubi com nuances violáceas, nariz complexo e personalizado com um aroma brilhante de frutos vermelhos, acompanhados de notas de madeira, flores e balsâmicos. Encorpado, equilibrado, fresco e estruturado, tem uns belos taninos. A boca acompanha o nariz com uma elegância superior, até ao final longo de um vinho de excelência.
Sobremesa:
Chateau Fontebride – Cor dourada, nariz floral, mineral e notas de estágio em barrica. Na boca mostra o seu corpo untuoso, acompanhado de uma bela acidez, num conjunto equilibrado. Termina muito bem, numa apreciação global excelente.
Campbell’s Classic Tokay – Caracterizar este vinho é um desafio à imaginação. Cor escurecida, próxima de caramelo, o nariz único e complexo era uma fonte de aromas à volta de marmelada, geleias, compotas e por aí adiante. Seguia-se um verdadeiro néctar na boca, com um corpo untuoso, redondo, boa acidez, um equilíbrio notável, a culminar num grande final. Enfim, um vinho sublime, impressionante, de classe mundial.
Quinta da Revolta – Cor grená bem intensa, nariz frutado, com notas balsâmicas e de madeira, na boca apresenta-se encorpado, fresco e com taninos redondos, num todo equilibrado. Termina longo, cheio de fruta, é um Vinho do Porto excelente.
Nome Vinho | Ano | Tipo | Castas | Região | Produtor | Preço Prateleira | Nota |
Encontro | 2006 | Espumante Bruto | Bical, Arinto, Maria Gomes | Bairrada DOC | Quinta do Encontro | 7,00 € | 16,5 |
Uvas Douradas | 2010 | Branco | Bical, Maria Gomes | Bairrada DOC | Ageda Coop. Cantanhede | 1,59 € | 15 |
Muros de Melgaço | 2010 | Branco | Alvarinho | Vinhos Verdes DOC | Anselmo Mendes Vinhos, Lda | 15,50 € | 17 |
Beaujolais Noveau | 2010 | Tinto | Gamay | Beaujolais ABC | Brochard Pére & fils | 9,00 € | 15 |
Quinta Perdigão Reserva | 2005 | Tinto | Touriga Nacional, Tinta Roriz, Jaen, Alfrocheiro | Dão DOC | José Joaquim Silva Perdigão | 17,00 € | 16,5 |
Vinha dos Deuses | 2008 | Tinto | Vinhas velhas | Douro DOC | Fracastel Comércio Vinhos | 14,00 € | 16,5 |
Quinta dos Frades Grande Reserva | 2008 | Tinto | Vinhas velhas | Douro DOC | Fracastel Comércio Vinhos | 25,00 € | 18,5 |
Chateau Fontebride | 2005 | Sauterne | Semillon | Sauternes ASC | Chateau Fontebride | 23,00 € | 17,5 |
Campbells Classic Tokay | Generoso | Rutherglen - Austrália | Campbell Wine | 18,5 | |||
Quinta Revolta | 2009 | Porto Vintage | Douro DOC | Veredas do Douro, soc. Agrícola | 35,00 € | 18 |