quinta-feira, 28 de junho de 2012

Jantar Maio 2012

O jantar de Maio deslizou um pouco e acabou por ocorrer a 01 Junho. Foi marcado por uma série de imprevistos que o tornaram bastante diferente do habitual. A circunstância da mudança de data, participantes a chegar ao aeroporto Francisco Sá Carneiro à hora de início do repasto,  temperaturas dos vinhos armadilhadas e mesmo uma ausência temporária de emergência a meio do jantar para resolver um problema de cafetaria. Tudo isto aconteceu com 3 convidados sem qualquer responsabilidade nos imprevistos, que tiveram a paciência de os ultrapassar connosco. No final, o sentimento foi o habitual, mais um bom momento de convívio, partilha desta paixão e quase todos a saber uma pouco mais sobre este imenso mundo do vinho. Perante este balanço, uma reflexão despertou: estamos mal habituados. Na verdade, haver um jantar que se destaque pelos imprevistos, que até acabaram por não ter impacto significativo no balanço global, significa que acontecem muito poucas vezes. Podemos sentir satisfação pela forma como decorrem, habitualmente, os jantares do 4 HM.
A abertura seguiu a tradição de ser com espumantes, desta vez com 3 das Caves S. Domingos, rosé, baga bruto e o Elpídio arinto / chardonnay. Estiveram todos muito bem, com o segundo a recolher a preferência geral e a destacar-se na análise da relação qualidade/preço. Seguiu-se o capítulo brancos, que começou muito bem com um vinho do Dão no patamar de muito bom, Casa de Mouraz; seguiu-se um bom vinho do Douro focado na relação qualidade/preço, Adega de Vila Real Reserva (casta moscatel a destacar-se),  e fechou muito bem com um clássico Alentejano (Cartuxa). Naturalmente seguiram-se os tintos, com o azar de começarmos com uma garrafa que apresentava o vinho alterado, mas logo seguimos em viagem. Início na África do Sul, com um Merlot muito bom, e passagem por França onde um bom vinho com indícios de capacidade de guarda antecedeu um belo Duriense (Baton). Fechámos com os tradicionais generosos, que foram dois vinhos do Porto de gabarito, Kopke LBV 2005 e Noval LBV 2004. Um encerramento cheio de qualidade, com as 02h00 da manhã bem próximas (felizmente era sexta-feira). No final, as contrariedades foram esquecidas perante as horas bem passadas com a cozinha do Fusão Restaurante Lounge, um bom painel de néctares provados e muita conversa à volta do vinho.
Ficam as impressões dos vinhos provados por um painel de 10 elementos:

Entrada

S. Domingos Rosé: Cor rosa pálido, aroma frutado e floral. Fresco, suave e e equilibrado na boca, termina médio. Um bom espumante.

S. Domingos Baga Bruto: Cor palha, aroma frutado, floral e balsâmico. Suave, fresco e equlibrado, mostrao boa mousse até ao final médio. Muito bom.

S. Domingos Elpídio: Cor palha, aroma frutado, com citrinos. Suave, fresco, embora sem equlíbrio perfeito, mantém a nota cítrica até ao final médio. Bom espumante.



Brancos

Casa de Mouraz: Amarelo citrino, nariz frutado, vegetal e mineral. Na boca, é fresco, suave e equilibrado, mantendo o perfil do nariz até ao final médio. Um branco muito bom.

Adega Vila Real: cor palha, nos aromas alia fruta, flores e nuances amadeiradas. Fresco, suave  e equilibrado na boca, mostra mais doçura e algum coco, até ao final médio. Destaque pela boa relação qualidade/preço.

Cartuxa
: cor amarelo palha, aroma ainda frutado, mas a denotar sinais de evolução. Na boca a frescura já não estava no seu melhor, mas ainda conseguia manter o equilíbrio global. Final um pouco curto, num vinho ainda bom.




Tintos

Adega Pegões Cabernet: uma garrafa que trouxe um vinho alterado, com aromas pouco limpos e pouca vida na boca.

La Petit Ferme: Cor rubi, nariz frutado, com notas de estágio em madeira e uma clara sensação de azeitona. Suave, com taninos redondos, fresco e equilibrado, termina médio. Apreciação global muito boa.

Vieaux Chateau Chambeau: Cor rubi, nariz frutado, notas de madeira e balsâmico. Taninos bem presentes, com alguma adstringência, fresco e equilibrado. Final médio para um vinho muito bom. Ficou a impressão de ainda poder melhorar em garrafa.

Baton: Cor rubi, nariz complexo, com fruta, mineral, espeicadrias e nuances de madeira. Suave, encorpado, taninos redondos, fresco e equilibrado, termina longo. Muito bom.



Sobremesa

Kopke LBV: cor rubi, aroma frutado, floral e mineral. Encorpado, com taninos redondos, está bem equilibrado. Final médio, num LBV muito bom, pujante.

Noval LBV: cor rubi, complexo nos aromas, com fruta, terra, cassis, floral, nota-se o bouquet a desenvolver-se. Encorpado, muito suave e equilibrado, termina longo. Um belo LBV, polido, elegante, cativante.



Nome VinhoAnoTipoCastasRegiãoProdutorPreço PrateleiraClass.
S. Domingos Rosé2010EspumanteBaga, Touriga NacionalBairradaCaves S. Domingos5,00 €15,5
S. Domingos Baga2007Espumante BrutoBagaBairradaCaves S. Domingos7,00 €15,5
S. Domingos Elpídio2007Espumante BrutoArinto, ChardonnayBairradaCaves S. Domingos7,00 €14,5
Casa de Mouraz2010Branco DãoCasa de Mouraz7,00 €16
Adega de Vila Real Reserva2010Branco DouroAdega de Vila Real4,60 €15
Cartuxa2009BrancoAntão Vaz, ArintoAlentejoFundação Eugénio Almeida7,00 €15
Adega de Pegões CS2005TintoCabernet SauvignonReg. SetúbalAdega de Pegões5,00 €14,5
La Petit Ferme2006TintoMerlotÁfrica do SulLa Petit Ferme 16
Vieux Chateau Chambeau2009Tinto Luissac - St. EmilionVieux Chateau Chambeau10,00 €16
Baton2008TintoTouriga Nacional, Tinta Roriz, Tinta Barroca, Touriga FrancaDouroCasal Loios15,00 €17
Kopke LBV2005Vinho do Porto Vinho do PortoSogevinus Fine Wines14,00 €16,5
Quinta do Noval LBV Unfiltered2004Vinho do Porto Vinho do PortoQuinta do Noval18,00 €17







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